A mão da fambroesa
lambuza o pé de maracujá
que pisca pro abacateiro
enroscado na videira
aflora o pessegueiro
espremido na amoreira
que seduz ao moranguinho
à sombra da bergamoteira
descascam-se as laranjas
enfiadas no mamoeiro
de galho dado com a jabuticabeira
inclinada sobre o coqueiro
O butiazeiro afaga a ameixeira
roçando no cajueiro
embaraça as melancias
na raiz da goiabeira
as pitangas enrubescem
descobrindo a tamareira
tocando de leve os tamarindos
entrelaçados com a romãzeira
Acerola e Ananás
se escondem atrás, ali
encobertas pelas bananeiras
emaranham-se no açaí
Kiwi flerta a mangueira
esfregando-se em graviolas
e papaya o meloeiro
acasalado na cerejeira
geléia d'água na boca
brota na tarde a delícia
desta orgia naturalista
escassa e pouca
tão pouca
Aqui, tatuo-me.
visível e invisível.
e ponto
(s)
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6 comentários:
oi hermes
puxa, que lindo este poema "naturalista".
me deu uma saudade de criança. a gente comia fruta que acabava de colher. e, não era só laranja não.
lembrei de um dia especial em que eu estava comendo caqui,sentada na janela de casa. ...bem pequenina... toda lambuzada.
que sensação boa... teu poema me fez feliz...muito feliz... tanto quanto naquele dia.
hoje te gostei mais que nos outros dias que estive aqui. mas sempre gosto muito. adoro teus escritos.
mereces um beijo
nane
Querido amigo, imaginei o lugar, senti os cheiros, ouvi ecos das lembranças do interior e suspirei pelo sonho que ainda guardo... ficar de novo perto da terra, das árvores, estalos das folhas secas e de mim.
Saudades dos papos.
bjo
Rapaz!, lembrou-me Gilberto Gil e tantas outras coisas..., uma aroma inocente e pueril, porém, sedutor e cativante.
hábraços
Que poema saboroso, Hermes...
Saliva a boca
Come-se a cor
Sente-se o cheiro
Da cor fruta
Beijo,
Carmem Salazar
Que poema saboroso Hermes...
Saliva a boca
Come-se a cor
Sente-se o cheiro
Da cor fruta
Beijo,
Carmem.
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