Aqui, tatuo-me.

visível e invisível.
e ponto

(s)




domingo, setembro 16, 2007

Presente maneiríssimo

Completei quarenta e dois, no último dia 19 de agosto. De presente, ganhei mil viagens do Vitor. Todas estão aqui neste caleidoscópio super bacana. A cada troca de fundos e coisinhas a viagem muda e o mundo fica mais colorido, mais tranquilo, múltiplo. Bota originalidade na escolha do presente. Valeu, Vitor!






sábado, setembro 15, 2007

Essa Vida Crônica



Vitor Diel (posando frente às litografias de Denize Roman) é um jovem cronista que tem publicado muito na internet. Em breve, sairá seu primeiro livro financiado pelo Fumproarte. Mas antes que o livro saia, leiam abaixo uma de suas crônicas, observem seu poder de síntese e como o cara sabe escrever bem. Ah, o ele tem um blogue super bacana, o Bumerangue!. Vai, mas volta, tá!

Economia Doméstica
Por Vitor Diel

Em tempos de previsões climáticas catastróficas, faz-se sensato pensar nas economias a serem feitas a fim de poupar-nos dos horrores do futuro, porque deixar as coisas piorarem para então tentar resolvê-las é burrice.

Portanto, siga-me:

É necessário poupar água. E comida também. Assim como paciência, inteligência e os ouvidos dos outros.

Temos que economizar o verbo, o substantivo e o adjetivo, porque o seu uso inconseqüente pode afetar nossas reservas no futuro. Poupemos as perguntas, porque assim pouparemos também as respostas. Poupando a literatura, pouparemos as árvores e as tintas da impressão.

Economizemos o tempo online para economizarmos os acessos aos sites eróticos e jornalísticos - estes às vezes tão pornográficos quanto aqueles. O que me lembra de poupar o sexo, para pouparmos os preservativos, os lubrificantes, os brinquedos sexuais, as taras, as fantasias e a imaginação.

Poupemos orgasmos, para pouparmos as molas do colchão. Poupemos as horas de sono, para também pouparmos as molas do colchão. Economia igualmente importante é a da política. Poupemos as promessas, as juras e os compromissos, assim, economizaremos em desilusão, desgosto, desespero e outras palavras que comecem com o prefixo "des". Poupemos as ligações telefônicas, os e-mails, os torpedos, os recados, os lembretes, os anúncios, os discursos e os avisos.

Economia no diálogo, no monólogo e no solilóquio. Economia de pensamento e de ação. Economia de reflexão. Poupemos Deus de nossa insatisfação eterna. Poupemos o terapeuta de nossa insatisfação eterna. Economizemos nos rituais, na pompa e na circunstância. Poupemos a tradição, a família e a propriedade. Poupemos a liberdade, a igualdade e a fraternidade. E a futilidade também.

Poupemos as uvas, para pouparmos o vinho. Aliás, poupemos as bebidas elaboradas e os drinks com nomes metidos a bacana.

Poupemos os refrigerantes e os refrescos. O ser humano só precisa de água. O que me lembra que é necessário poupar água.

Viu? Não é tão difícil poupar a humanidade.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Dica para apurar o olhar



Porto Alegre está repleta de acontecimentos culturais interessantes, mas deixo aqui uma dica para quem habita a Cidade e quem estiver a passeio. Visite a Exposição Monográfica Jorge Macchi, no Santander Cultural. São 60 obras do artista argentino que refaz sua trajetória no continente americano revelando suas meditações sutis e poéticas sobre a vida cotidiana. E o cara tem apenas quarenta e três anos!

A exposição é uma co-produção da 6a Bienal do Mercosul e do Blanton Museum o Art da Universidade do Texas, em Austin.

Jorge Macchi é um dos artistas contemporâneos mais relevantes e reconhecidos na atualidade. Não deixe de visitar. Oportunidade única de ver o mundo por uma outra ótica.

Das 60 obras expostas as que mais me chamaram a atenção são da série de recortes de classificados de jornais (ilustra o post). Todas já pertencem a colecionadores particulares, mas ainda assim, sem poder levar um Jorge Macchi pra casa e colocá-lo na parede, leve-o na memória e use o seu jeito de ver e olhar as coisas na sua vida cotidiana. Pode ser que algo mude. Em mim, mudou.

De 01 de setembro a 18 de novembro de 2007
Entrada Franca

Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1028
Praça da Alfândega - Porto Alegre/RS