Aqui, tatuo-me.

visível e invisível.
e ponto

(s)




terça-feira, abril 10, 2007

Sobre o e-book* (1)

O novo livro

Na Weekly Standard, David Skinner conta de sua experiência com o Sony Reader, a proposta de livro eletrônico da Sony. É um aparelho como Palm só que do tamanho aproximado de um livro no qual se pode armazenar livros eletrônicos comprados da loja eletrônica da Sony. A empresa promete, no futuro, maior distribuição do catálogo de livros.

O aparelho tem formato proprietário, então não é qualquer livro eletrônico que ele lê. E a oferta – todos livros em inglês – é pouca. Isto mudará, de acordo com a Sony. Lê PDF, mas arquivos produzidos tipicamente com o formato Carta ficam muito reduzidos na tela. Folhear não tem nada de elementar, tampouco produzir anotações. Já marcar páginas é fácil – nunca mais um marcador fará falta no momento da interrupção.

Aí provavelmente vai do fetiche de cada um. Minha experiência musical mudou radicalmente com o iPod – ouço mais música do que jamais ouvi, embora isto não fosse lá muito de início. Ter o aparelhinho comigo sempre, no entanto, é ter praticamente todos meus discos à mão. No momento de Springsteen, ele está ali. Caetano também.

E se um aparelho destes fosse o equivalente a uma biblioteca? Tenho amigos que não vira dificuldades em desalojar seus CDs mas continuam com os LPs nas prateleiras.

O hábito é de cada um. Leio mais de um livro ao mesmo tempo. No momento, a autobiografia do teólogo alemão Hans Küng, um policial do norte-americano Dennis Lahane e, por conta de uma reportagem na manga, um volume chamado A corte no exílio, sobre a estadia da família real em Terra Brasilis – além dumas duas revistas do mês que estão na pasta. Pesam eles todos juntos. E a dor nas costas ao fim do dia o acusa. A desorganização literária é de inteira responsabilidade do blogueiro. Então, sim, é um bocado agradável a idéia de carregar uma maquininha com todo este material.

De manhã, no metrô, dá para decidir o que ler clicando numa tecla.

O problema – e aí entra o fetiche – é que se livrar das estantes em constante crescimento, daquela trilha de lombadas multicoloridas que a cada mudança dão prazer de arrumar, é inviável. Quando entra a coleção – aquele livro que faltava às prateleiras que contam a história do Rio de Janeiro – fica ainda mais difícil a idéia de abandonar tudo. Some-se a isto o prazer da bela encadernação, de couro com papel marmorizado, do livro com mais de século, com mais de dois – mais de três ou quatro. Aquela aquisição num sebo.

O problema do eBook é que, embora prático, não compete com o fetiche dos livros. Um fetiche que vai além do fetiche: cada volume conta, um pouco, um momento da vida, tem uma memória. Isto não é nada, certamente, que as novas gerações não possam simplesmente descartar em favor da praticidade.

copiado daqui, ó: http://pedrodoria.nominimo.com.br/

Um comentário:

Alessandra Pilar disse...

Fiquei louca pra ter um. Piro só de pensar que podemos ter ao alcance das mãos todos os livros de cabeceira.

Ah! Já te linkei no Achados, tá?

Até...