Aqui, tatuo-me.

visível e invisível.
e ponto

(s)




domingo, abril 22, 2007

Do século passado

Artigo meu publicado na capa deste site aqui

Por que você não passa lá?

sexta-feira, abril 20, 2007

Segredo

O celular dorme comigo!

quinta-feira, abril 19, 2007

Relendo...

William Blake* publico aqui aforismos paradoxais de seu livro O matrimônio do Céu e do Inferno.

Todas as Bíblias ou códigos sagrados têm sido as causas dos seguintes erros humanos:

1.Que o Homem possui dois princípios reais de existência: um Corpo & uma Alma.
2.Que a Energia, denominada Mal, provém apenas do Corpo; & que Razão, denominada Bem, provém apenas da Alma.
3.Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por seguir suas Energias.

Mas os seguintes Contrários são Verdadeiros:

1.O Homem não tem um Corpo distinto de sua Alma, pois o que se denomina Corpo é uma parcela da Alma, discernida pelos cinco Sentidos, os principais acessos da Alma nesta etapa.
2.Eneria é a única vida, e provém do Corpo; e Razão, o limite ou circunferência externa da Energia.
3.Energia é Deleite Eterno.


detalhe da ilustração feita por Blake para o livro "O Inferno" de Dante Alighieri

*William Blake (1757-1827), poeta inglês considerado maníaco, era impopular. E sabia por quê: como homem, intratável; como artista e escritor, excêntrico. Otto Maria Carpeaux, crítico e historiador da literatura, soube compreendê-lo "(...)Blake está situado entre profeta e louco; a verdade de suas visões reside na sinceridade do amor humano que é a base das suas conclusões revolucionárias, e a expressão dessa verdade é uma poesia de pureza celestial".

Poeta, pintor e ilustrador inglês. Bem a frente de seu tempo, William Blake viveu toda a sua vida à beira da pobreza e morreu sem ter o devido reconhecimento. Quando criança, Blake desejava ser um pintor. Ele estudou desenho e aos 14 anos foi aprendiz do ilustrador James Basire. Blake começou a escrever poesias aos 12 anos e desenvolveu o hábito de ilustrá-las. Desenvolveu um método chamado "illuminated printing" (impressão iluminada) onde utilizava uma mesma matriz de cobre para desenhar e imprimir o texto de seus poemas.

Blake fez muitas ilustrações para outros artistas que ficaram com os créditos e lucros. Ele morreu pobre e admirado por poucos em 1827 deixando incompleto um ciclo de gravuras que ilustrariam a Divina Comédia de Dante

segunda-feira, abril 16, 2007

do Achados e Perdidos*

Para os dias de Sol: Kid Abelha
Para os dias de Chuva bem acompanhado: Qualquer. Exceto sertanejo, pagode e axé (blargh!)
Para os dias de Chuva sem companhia: Vítor Ramil, Cranberries
Para quando o tempo não passa: Ten Towsand Maniacs
Para quando o tempo passa rápido demais: Coldplay
Para os dias de trabalho intenso e chato: Belle & Sebastian
Para quando o trabalho não rende: TRC Corporation
Para suspirar: Damien Rice
Para chorar: Sigur Rós
Para sempre: Devendra Banhart e Arnaldo Antunes
Para rir e cantar: qualquer canção nas versões para o português na voz do Vitor Diel
Para limpar a casa: Simply Red e Aimeé Mann
Para curtir a casa limpa: David Bowie, Gwen Stefani
Para viajar: Cocteau Twins, Dead Can Dance, Everything but girl

Incluí:
Para escrever: Silêncio
Para cozinhar: Adriana Maciel e Consuelo de Paula
Para meditar: Krishna Dass

*generosamente surrupiado da Alessandra.

sexta-feira, abril 13, 2007

Repost ( )

(por que de novo ando mexendo nas gavetas...)



Ando remexendo nas gavetas, pondo fora o que já não me serve, descongentionando o ambiente.

Dizem os especialistas em Psicologia que, ao fazermos isso, organizamos o externo para pôr em ordem o interno. Mas eu vivo fazendo isso! E meu interno nem é tão bagunçado assim! Enquanto vasculho gavetas, caixas, malas, vou deparando-me com outras partes de mim. Algumas já empoeiradas, outras danificadas, outras belas, muito belas, ainda inteiras. E, vasculhando, lembro da minha mãe. Ela gostava (não sei se ainda gosta) de juntar vidros e potes de plástico vazios, de café, de maionese, essas coisas. Ela dizia "vai que um dia eu precise". Eu sempre abominei esse hábito de minha mãe. Às escondidas, eu jogava tudo fora. Continuo jogando. Não quero acumular coisas inúteis que "um dia eu venha a precisar". Dizem também, que queremos nos organizar internamente quando alguém aparece em nossa vida e a gente fica reciclando, apagando os fantasmas, mandando embora os monstros. Talvez isso seja verdade. Há alguns dias eu remexo nas gavetas, pondo fora coisas das quais nunca tive coragem de me desfazer. Coisas como aquela caixa secreta onde guardava lembranças de ex-amores (sim, eu sou um romântico deste tipo). Enquanto remexo vou pensando que, o que nos foi, e ainda é bom, fica guardado numa caixa de carne e osso, que respira, ainda.

E no meio de tanta traquitana eu penso em outra coisa. Penso em por que, quando a gente está envolvido com alguém, a gente quer colocar a boca na outra boca? Esfregar a língua na outra língua. Por que a gente quer entrar dentro da outra pessoa? Lamber o corpo, chupar os dedos, morder a nuca, lavar seu rosto, secar seu corpo, comprar um doce pra ela e vê-la comer. Por que a gente quer gozar dela, com ela, pra ela? Sorrir, dormir, descansar, lanchar, assistir filmes, cozinhar, lavar louça, ir ao supermercado, ir à farmácia, a uma exposição, andar na rua, tomar cerveja, ironizar a vida, ser cúmplice no meio da pizzaria do que rolou minutos atrás, pegar uma luneta e observar as estrelas. Por quê? Por que a gente sente essa vontade de comer a outra pessoa sem talheres e guardanapo de papel? O quê é essa coisa que acontece quando a gente está no trânsito caótico e aí, pensa naquela pessoa e tudo fica bem? E a gente tem uma ereção no mesmo instante em que o cara pede "umamoedinhapelamordedeus" por que a gente tá pensando na boca, no corpo, no jeito de sorrir, no jeito de olhar, no modo de dizer que gosta de você, da pessoa que está em outro ponto da cidade.

E agora eu to aqui pensando no por que de as pessoas escreverem sobre suas vidas em blogues?

Eu havia jurado que meu blogue não se transformaria em um diário virtual por que isso reflete a necessidade das pessoas dizerem: Estamos aqui. Estamos vivos. Estamos no mundo. Como cantou Laurie Anderson* (encontrei-a em uma das minhas gavetas e, é claro, jamais a colocarei fora) na canção O Superman And there was a beautiful view but nobody could see. Cause everybody on the island was saying: Look at me! Look at me! Look at me! Look at me! Look at me! Look at me now! . Por que o Homem pós-moderno, ou seja coisa que o valha, tem a infinita necessidade de dizer que está presente neste mundo que não olha pra ele se não fizer coisas definitivamente incríveis. O mundo espera por heróis, mas quer que eles se auto-fabriquem. Por isto, há tanta gente tentando descobrir fórmulas inovadoras e inusitadas de fazer coisas surpreendentes. Para quê? Para que os outros digam Nossa! Vejam esse, ele é legal, ousado, criativo e logo em seguida o devorarem, aí sim, com talheres, guardanapo de papel e a voracidade do Homem das cavernas.


Eu não queria fazer do meu blogue, um diário, uma gaveta. Mas já fiz. Afinal, eu também estou dizendo sim, eu existo! e não sei quanto tempo resta pra que os mundos saibam disto. Porque os mundos, puxa! Os mundos são ilhas. Você é uma ilha. Assim como eu, agora, remexendo em gavetas, prateleiras, e ouvindo Laurie Anderson cantar Hello? Is anybody home? Well, you don't know me, but I know you. And I've got a message to give to you.



*Artista visual, compositora, poeta, fotógrafa, cineasta, ventríloqua, bruxa eletrônica, escultora, vocalista e instrumentista, Anderson sempre brinca com arte e tecnologia. Vanguarda da música eletrônica, considerada chata e pretensiosa por uns e adorada por outros, ela é um ícone dos anos 80. Numa entrevista, Laurie Anderson disse que: "Toda história deveria ter começo, meio e fim, embora não necessariamente nessa ordem".

terça-feira, abril 10, 2007

Sobre o e-book* (1)

O novo livro

Na Weekly Standard, David Skinner conta de sua experiência com o Sony Reader, a proposta de livro eletrônico da Sony. É um aparelho como Palm só que do tamanho aproximado de um livro no qual se pode armazenar livros eletrônicos comprados da loja eletrônica da Sony. A empresa promete, no futuro, maior distribuição do catálogo de livros.

O aparelho tem formato proprietário, então não é qualquer livro eletrônico que ele lê. E a oferta – todos livros em inglês – é pouca. Isto mudará, de acordo com a Sony. Lê PDF, mas arquivos produzidos tipicamente com o formato Carta ficam muito reduzidos na tela. Folhear não tem nada de elementar, tampouco produzir anotações. Já marcar páginas é fácil – nunca mais um marcador fará falta no momento da interrupção.

Aí provavelmente vai do fetiche de cada um. Minha experiência musical mudou radicalmente com o iPod – ouço mais música do que jamais ouvi, embora isto não fosse lá muito de início. Ter o aparelhinho comigo sempre, no entanto, é ter praticamente todos meus discos à mão. No momento de Springsteen, ele está ali. Caetano também.

E se um aparelho destes fosse o equivalente a uma biblioteca? Tenho amigos que não vira dificuldades em desalojar seus CDs mas continuam com os LPs nas prateleiras.

O hábito é de cada um. Leio mais de um livro ao mesmo tempo. No momento, a autobiografia do teólogo alemão Hans Küng, um policial do norte-americano Dennis Lahane e, por conta de uma reportagem na manga, um volume chamado A corte no exílio, sobre a estadia da família real em Terra Brasilis – além dumas duas revistas do mês que estão na pasta. Pesam eles todos juntos. E a dor nas costas ao fim do dia o acusa. A desorganização literária é de inteira responsabilidade do blogueiro. Então, sim, é um bocado agradável a idéia de carregar uma maquininha com todo este material.

De manhã, no metrô, dá para decidir o que ler clicando numa tecla.

O problema – e aí entra o fetiche – é que se livrar das estantes em constante crescimento, daquela trilha de lombadas multicoloridas que a cada mudança dão prazer de arrumar, é inviável. Quando entra a coleção – aquele livro que faltava às prateleiras que contam a história do Rio de Janeiro – fica ainda mais difícil a idéia de abandonar tudo. Some-se a isto o prazer da bela encadernação, de couro com papel marmorizado, do livro com mais de século, com mais de dois – mais de três ou quatro. Aquela aquisição num sebo.

O problema do eBook é que, embora prático, não compete com o fetiche dos livros. Um fetiche que vai além do fetiche: cada volume conta, um pouco, um momento da vida, tem uma memória. Isto não é nada, certamente, que as novas gerações não possam simplesmente descartar em favor da praticidade.

copiado daqui, ó: http://pedrodoria.nominimo.com.br/

sábado, abril 07, 2007

Frases do Júnior

-O vizinho tem pêlos no ouvido. Acho que é ele o lobisomem.

-Mãe, tu sabe que a minha perna esquerda não entende por que só a outra é direita?

-Por que eu tenho que lavar as mãos pra almoçar e o pai não lava?

-Eu não quero essa melancia de plástico com rodinhas, que abre as fatias quando a gente puxa ela. Eu quero um revólver com espoleta.

-Eu me atirei na frente do fusca em movimento por que eu quero o revólver,ora!

-Não sei por que a filha da vizinha tá chorando, mãe. Eu não fiz nada...

-Tu jura que se eu sair debaixo da cama tu não me bate?

-Quando chover eu vou brincar com barquinho de papel na "valeta"...

-Por que o mano gosta de me assustar com aqueles dentes de vampiro e aquele pano preto nas costas?

-Uóuóuóuóuóuouóooooooooo! Tarzan, o rei das selvas!

-Vai demorar muito pra tirar esse gesso do meu braço, doutor?

-Santo anjo do senhor, meu zeloso guardador, sempre me rege, me guarde, ilumina, protege e me dá aquele revólver com espoleta. Amém!

-Esse gesso coça muito no verão, dá aqui a agulha de tricô...

-Mana, tu sabia que mortadela faz mal pras meninas? Eu acho que tu não deve comer essa fatia aí.

-E em cima dessa árvore eu posso imaginar o que eu quiser. Até que eu ainda sou o caçula...

-Já vou manhêêêê! Só até eu matar os alienígenas que estão invadindo a Terra.

-Se eu passar de ano vocês me dão aquele revólver com... Ei! Esperem aí, eu não terminei de dizer sobre o revól...

-Já desligo o chuveiro, é que eu não lavei os "ouvido" ainda...

-Por onde será que a bolinha de chumbo que eu engoli vai sair, mãe?

-Eu não quero ir no dentista, ele tem mau hálito!

-Vou atirar o dente em cima da casa pra nascer outro no lugar dele.

-Vó, tu tem orgasmo?

-Sabe, mana, eu adoro quando tu me leva pra tomar sorvete. Mas o engraçado é tu sempre faz isso quando que eu leve algum bilhete praquele guri que tu gosta.

-Tu diz que eu sou um guri chato só por que eu quero que tu brinque comigo, pai?

-Pai, por que quando a gente peida a mãe diz que é feio e quando tu peida, tu levanta a perna, suspira como se fosse a coisa mais bonita do mundo?

-Mas eu dei descarga!

-Tô. Tô limpando o salão por que vai ter festa sim! E tu não foi convidado.

-É verdade que se o meu xixi misturar com o xixi da filha da vizinha, dá neném?

-A filha da vizinha pediu pra eu beber uma jarra d'água e esperar pra misturar meu xixi com o dela...

-Tá, eu vou no armazém comprar cigarros pra ti pai, mas o troco é meu...

-Um dia eu vou embora e vocês vão sentir falta de mim...

-O que é puta mãe?

-Posso tomar banho de chuva com o gesso no braço?

-O Papai Noel me deu de presente a tal melancia de plástico e deu o revólver que eu queria pro meu irmão. Odeio o Papai Noel!

-Eu vou fazer uma armadilha pro Papai Noel. Ele me paga!

-A mana tava beijando um guri na esquina, mãe!

-Pois é, mana, se tu comprasse bala pra mim eu não contava nada pra mãe. Bem feito!

-Eu detesto a Xuxa por que ela me chama de "baixinho"!

-Ai! Pára de apertar minhas bochechas, tia!

-Quando troveja é Deus que fica brabo e chuta os móveis no céu...

-Quando chove Deus tá fazendo muito xixi na gente.

-Eu vou rezar pra vovó ficar boa. Por que, se ela morrer, quem vai me dar biscoito de polvilho?

-Posso comer o bolo agora, mãe?

-Um dia eu vou ter dinheiro pra comprar quanto bolo eu quiser. E mortadela também.

-Não fui eu que grudei negrinho no cabelo da aniversariante... não fui mesmo!

-Não fui eu que comi toda a lata de leite condensado, juro que não fui eu.

-Professora, é verdade que tu vai ficar pra titia?

-Meu calção ta molhado e meu cabelo desgrenhado? Mas eu juro que não tomei banho de rio...

-Ó mãe, "flor" pra ti... mas não te preocupa que eu não arranquei as "flor" da vizinha.

-Mãe, tem assombração no meu quarto. Posso dormir aqui com vocês?

-Eu sonambulizei essa noite.

-Eu gostei da nova irmãzinha, mas depois que ela veio morar aqui o pai nunca mais fez cavalinho comigo na perna dele...

-Tá, mãe. Eu não peço dinheiro pro vô...

-, tu tem um dinheiro pra eu comprar "chiclé"?

-Viu? Eu não pedi pro vô!

-Alguém... me... ajuda... engasguei com... uma bala soft...

-Tu não sabe mãe, mas eu adoro quando tu me leva pra passear?

-Arranquei o braço da boneca dela por que ela não deixou eu ser o pai!

-Tu vai ver, vou chamar o meu irmão pra te cagar de pau!

-Não fui eu que risquei de caneta a cara da boneca, viu!

-Vermes é a tua avó, meu nome é Hermes, viu!

-Mãe, tu conhece o Mário? (aquele que te...)

-Tu não precisava me bater só por que eu te perguntei se tu conhece o Mário. Tu me bateu e nem respodeu se conhece ele ou não...

-Por que eu não posso perguntar Porque?

-Por que vocês não respondem às minhas perguntas e eu apanho se não responder as de vocês?

-Por que quando eu quero conversar vocês ligam a televisão e mandam eu calar a boca que tá na hora da novela?

-Mano, deixa eu ver se tu tem pêlo na palma da mão...

-Pai, mãe, tá aqui o boletim. Viu que eu tirei dez em quase tudo? Só em matemática é que eu tirei nove. Ai, que vontade me deu de ganhar aquele revólver com espoleta...