Aqui, tatuo-me.

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e ponto

(s)




quinta-feira, abril 19, 2007

Relendo...

William Blake* publico aqui aforismos paradoxais de seu livro O matrimônio do Céu e do Inferno.

Todas as Bíblias ou códigos sagrados têm sido as causas dos seguintes erros humanos:

1.Que o Homem possui dois princípios reais de existência: um Corpo & uma Alma.
2.Que a Energia, denominada Mal, provém apenas do Corpo; & que Razão, denominada Bem, provém apenas da Alma.
3.Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por seguir suas Energias.

Mas os seguintes Contrários são Verdadeiros:

1.O Homem não tem um Corpo distinto de sua Alma, pois o que se denomina Corpo é uma parcela da Alma, discernida pelos cinco Sentidos, os principais acessos da Alma nesta etapa.
2.Eneria é a única vida, e provém do Corpo; e Razão, o limite ou circunferência externa da Energia.
3.Energia é Deleite Eterno.


detalhe da ilustração feita por Blake para o livro "O Inferno" de Dante Alighieri

*William Blake (1757-1827), poeta inglês considerado maníaco, era impopular. E sabia por quê: como homem, intratável; como artista e escritor, excêntrico. Otto Maria Carpeaux, crítico e historiador da literatura, soube compreendê-lo "(...)Blake está situado entre profeta e louco; a verdade de suas visões reside na sinceridade do amor humano que é a base das suas conclusões revolucionárias, e a expressão dessa verdade é uma poesia de pureza celestial".

Poeta, pintor e ilustrador inglês. Bem a frente de seu tempo, William Blake viveu toda a sua vida à beira da pobreza e morreu sem ter o devido reconhecimento. Quando criança, Blake desejava ser um pintor. Ele estudou desenho e aos 14 anos foi aprendiz do ilustrador James Basire. Blake começou a escrever poesias aos 12 anos e desenvolveu o hábito de ilustrá-las. Desenvolveu um método chamado "illuminated printing" (impressão iluminada) onde utilizava uma mesma matriz de cobre para desenhar e imprimir o texto de seus poemas.

Blake fez muitas ilustrações para outros artistas que ficaram com os créditos e lucros. Ele morreu pobre e admirado por poucos em 1827 deixando incompleto um ciclo de gravuras que ilustrariam a Divina Comédia de Dante

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