Aqui, tatuo-me.

visível e invisível.
e ponto

(s)




terça-feira, fevereiro 25, 2014

Um tempo Mãe

Tive dificuldade de lê-lo.

O grau dos meus óculos aumentaram. Ainda não fiz um novo par. A fonte e a diagramação me deram cansaço e ressecamento das vistas. A visão que não se rega perde sua capacidade de fertilizar o aprender a olhar. Por vezes, trata-se do nosso momento essa desconexão com determinada obra. Vale um respiro, uma espera suave e indolor, uma delicadeza de ansiar que a conexão se dê, se amplie e se estenda entre mim e um livro.

Na verdade, mesmo na desistência, e na insistência, se vai desenhando uma relação. Olhar o livro na estante, percebê-lo sobre a escrivaninha, vê-lo percorrer a casa como se pessoa presente. Estou aqui! Como se falasse. É possível maravilhar-se com o tempo que isso possa durar. Nos rejeitamos e nos seduzimos mutuamente. Queremos nos devorar, acalmar, nos comer, nos tocar, gozar juntos. Seguimos nos respeitando. Dando tempo ao nosso tempo. Quem fez o mundo ter pressa? É preciso nos darmos tempo. Nos damos. Para que nos cuidemos.

Juntos, queremos ser cuidadores.

Vamos sendo, assim, pessoas, lendo-se e permitindo ler-nos, simultaneamente. No instante em que se é,  pessoa torna-se sempre uma curiosa maravilha a descobrir.

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